Modificações corporais e o preconceito no mercado de trabalho

Sem sombras de dúvidas, em algum momento da sua vida, você já escutou que piercings, tatuagens ou qualquer outra modificação corporal tornariam a sua busca por emprego mais difícil. Hoje em dia, os ambientes de trabalho estão mais flexíveis a essa ideia, mas será que a discriminação está completamente extinta, ou ainda temos resquícios? 

De acordo com o artigo 482 da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), tatuagem não é motivo para uma demissão por justa causa. Além disso, a Lei nº 9.029/95 prevê como crime a discriminação de pessoas com tatuagem e piercing no ambiente de trabalho. Ainda assim, por mais que não seja explícito, ocorrem casos onde pessoas são desqualificadas por possuírem alguma modificação corporal. 

Ainda há profissões onde existe a resistência de aceitar pessoas que possuam artes corporais, como as áreas da saúde, engenharias, direito, bancos, que são, de fato, profissões mais conservadoras. Mas, isso não passa de padrões estabelecidos pelos próprios profissionais da área, já que por lei não se pode discriminar essas pessoas. 

Essa associação negativa das modificações corporais reflete os preconceitos e estereótipos enraizados na nossa sociedade, principalmente em ambientes culturalmente mais conservadores. Dessa forma, contribuem para o viés da percepção, associando pessoas com tatuagens, piercings, dreadlocks, etc., a pessoas de má índole ou diminuindo suas habilidades profissionais em detrimento de suas formas de expressão corporal.

Hoje em dia, como forma de evitar esse viés inconsciente, algumas empresas optam por processos seletivos com seleções anônimas, eliminando identificadores pessoais e avaliando os candidatos com base em suas habilidades e experiências. Apesar disso, esse método não é infalível, pois nas últimas fases do processo seletivo, os candidatos ainda podem sofrer julgamentos e ser prejudicados por preconceitos que ainda persistem na sociedade atual.


Casos como o de Acácio Moreira marcam a continuidade do preconceito no mercado de trabalho. O profissional, aos 18 anos, em seu primeiro emprego, precisou pedir demissão devido à pressão sofrida por críticas de seu antigo chefe que, por questões religiosas, não aceitava a sua tatuagem e pedia para que ele usasse roupas de mangas longas para escondê-la.

Dessa forma, é importante procurar por empresas que possuam a consciência de que as suas qualificações profissionais nada tem a ver com suas formas de expressão, sejam elas piercings, tatuagens, dreadlocks, etc. Essa intolerância faz mal não só ao funcionário, mas também ao ambiente em que os colaboradores estão inseridos. É importante pesquisar e optar por uma instituição que siga as leis,  possuam valores ligados a diversidade e que promovam políticas contra esse tipo de discriminação. 

Mas, vale o alerta! Ao considerar uma modificação cultural, é fundamental pesquisar e escolher uma instituição com cultura acolhedora e inclusiva. Além disso, reflita profundamente sobre os impactos da modificação em suas perspectivas de carreira no futuro.

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