“As inteligências que o líder precisa desenvolver e aprimorar no cenário atual”​.

Em um cenário cada vez mais complexo e competitivo em tempos de pandemia, o líder deve e precisa aprimorar outras inteligências que não somente a amplamente conhecida Inteligência racional (QI) para obter sucesso. O líder moderno para otimizar os seus resultados e de seus colaboradores tem que aprofundar os seus conhecimentos em inteligência emocional (QE), inteligência espiritual (QS) e também inteligência positiva (QP), cujo conceito surgiu mais recentemente.

Mas afinal, quais são as diferenças entre inteligência cognitiva (QI), inteligência emocional (QE), inteligência espiritual (QS) e inteligência positiva (QP)? Conheça cada uma delas de uma forma bem resumida e objetiva.

Nos últimos anos, a neurociência vem trazendo inúmeras contribuições a respeito do funcionamento do nosso cérebro, desvendando e descobrindo suas funcionalidades e potencialidades. Hoje já é possível saber que o nosso cérebro possui vários tipos de inteligência, como veremos abaixo:

Inteligência cognitiva ou racional (QI): Já conhecemos bastante a respeito da inteligência racional, ou inteligência lógica, desenvolvida basicamente em nosso córtex pré-frontal e medida por meio do nosso quociente de inteligência ou QI. À propósito, o QI passou a ser empregado no começo do século XX e tem como propósito avaliar a nossa capacidade cognitiva, velocidade de pensamento, memória de trabalho e aprendizagem visual e verbal.  

A nossa mente racional é responsável pela nossa função executiva, cognitiva e de raciocínio lógico. Esta inteligência nos permite tomar decisões, aprender e executar tarefas no nosso dia a dia, etc. Cabe lembrar a frase que ficou eternizada pelo filósofo René Descartes e que traduz perfeitamente o que é a inteligência racional ou quociente intelectual (QI): “Penso logo Existo”.

Inteligência Emocional (QE): Já, na década de 1990, a inteligência emocional ou QE começou a ser fortemente difundida pelo jornalista e psicólogo de Harvard, Daniel Goleman, através de seu best-seller com o mesmo nome: “Inteligência emocional”.

No nosso cérebro, o sistema límbico é responsável por controlar as nossas emoções e segundo Daniel Goleman é necessário ter as seguintes habilidades, ou cinco pilares para obter um bom equilíbrio emocional: Autoconsciência, autocontrole, automotivação, empatia e habilidade interpessoal.

Autoconsciência: Observar o próprio padrão emocional é o primeiro passo para começar a agir de forma inteligente com as emoções. Monitorar como você responde a situações de stress ou mesmo de sucesso te trará maior consciência sobre os seus padrões emocionais. 

Autocontrole: Ter autocontrole é ter a capacidade de não se deixar levar por emoções negativas perdendo o controle e a postura que seriam ideais para a situação. É importante lembrar que controle aqui não diz respeito a controle absoluto e sim a se manter em um centro de equilíbrio. Também não diz respeito a reprimir emoções, mas sim educá-las. Por isso, não se consegue ter autocontrole sem se ter uma boa análise de si mesmo. O autoconhecimento é a chave para o autocontrole emocional.

Automotivação: Um motivo ou propósito maior para se fazer o que se faz é um dos segredos para encontrar motivação. Motivação ao pé da letra significa: o motivo que leva o indivíduo à ação. Então que motivos você tem para fazer o que faz?

A autoconsciência também ajuda aqui. É importante saber identificar se o que sentimos nos levará ao nosso objetivo ou a sabotagem do processo. É preciso ter iniciativa de fazer escolhas e ser otimista para lutar por elas e aceitar as responsabilidades que te cabem para realizá-las.

Empatia: É a capacidade de se colocar no lugar de outras pessoas. Sentir como elas, ser capaz de entender seus limites, capacidades e motivos. Entendendo o outro, entendemos a nós mesmos e vice-versa.

O conhecimento é algo que se dá muitas vezes por comparação. E quando conseguimos nos colocar no lugar de alguém, calçar os seus sapatos e entender seus motivos, podemos estar mais abertos a compreender os padrões emocionais de outras pessoas e os nossos mesmos.

Um líder empático entenderá muito melhor as necessidades da sua equipe. Ao mesmo tempo que um integrante da equipe que seja capaz de entender seu líder poderá contribuir melhor para as metas. Lembre-se de tentar ver a situação para oferecer soluções e não apenas julgar. Quando julgamos tentamos apenas ter razão e ser o exemplo de certo e errado.

Habilidade interpessoal: Sempre precisaremos dos outros, pois somos parte de um organismo maior. O organismo social. E para se relacionar bem socialmente é necessário um equilíbrio entre a empatia, autocontrole e autoconsciência. É importante ter boa comunicação social. Conhecer pessoas é conhecer possibilidades. É importante destacar também, que existem inúmeros estudos recentes que comprovam que pessoas que tem muitos amigos ou uma maior rede de relacionamentos, tem uma probabilidade maior de ter uma vida mais saudável e mais longa porque afinal, o ser humano é um ser sociável e gregário e que precisa viver em grupo para ser feliz.  

Inteligência Espiritual (QS): Já na década de 2000, Danah Zohar, filósofa e psicóloga Americana juntamente com o seu marido Ian Marshal, psiquiatra e graduado em filosofia e psicologia, lançaram o livro intitulado Inteligência espiritual ou QS.

A inteligência espiritual está muito mais ligada ao nosso propósito e valores e ao contato com o nosso eu mais profundo ou superior. É uma inteligência que consegue ultrapassar as amarras do nosso ego, dando maior vazão a mais criatividade, espontaneidade e autenticidade. Pessoas que possuem um QS elevado possuem mais sabedoria, uma vida mais equilibrada e longeva, saudável e feliz. Muitas pessoas confundem espiritualidade com religiosidade. Na verdade, não é necessário ter uma religião para desenvolver inteligência espiritual, mas muitas vezes a religiosidade é uma porta de entrada para a espiritualidade, pois rezar é uma forma de entrar em contato consigo mesmo ou com o seu eu interior. Existem muitas pessoas que não possuem qualquer religiosidade, mas são altamente espiritualizadas e vice-versa. Também aqui, é fundamental desenvolver o autoconhecimento para atingir a compreensão do nosso verdadeiro propósito, porque, segundo os autores, uma vida sem propósito não vale a pena ser vivida, ou seja; não é possível ser feliz sem estar alinhado com o seu propósito de vida.  

Inteligência Positiva (QP): Mais recentemente, o psicólogo e neurocientista Shirzad Chamine lançou o conceito de inteligência positiva ou QP.

A inteligência Positiva parte do princípio de que nossa mente é a nossa maior amiga, mas também pode ser a nossa maior inimiga.

O QP, portanto, é um quociente utilizado para avaliar a porcentagem de tempo que a sua mente trabalha a seu favor ou contra você, através de estratégias de autossabotagem. Por exemplo, um QP de 75 significa que sua mente age em seu favor durante aproximadamente 75% do tempo e sabota você durante aproximadamente 25% do tempo.

Segundo o autor, pessoas que tem um QP ou inteligência positiva mais elevada estão mais preparadas para obter sucesso em todos os segmentos de sua vida.  

Chamine também expõe em seu livro que para desenvolver a inteligência positiva, é preciso identificar quais sabotadores prevalecem na mente do indivíduo e isto se dá através do autoconhecimento que pode ser desenvolvido através de processos de coaching e/ou outras abordagens.

Quanto maior o autoconhecimento mais recursos o indivíduo tem para lidar com seus sabotadores que funcionam como inimigos internos que impedem o desenvolvimento e o alto desempenho. Neste caso, precisamos identificar os padrões e as crenças que estão nos limitando para que sejam trabalhadas.

Em resumo, é muito importante conhecer e utilizar cada inteligência para obter um bom equilíbrio em nossas vidas, sendo que todas elas passam necessariamente pelo processo de autoconhecimento, que é fundamental para sermos felizes e atingirmos o sucesso que desejamos em qualquer área de nossas vidas.

E é por isso, que a frase que o filósofo Sócrates (470-399 a.C.) encontrou na entrada do oráculo de Delfos no século IV a.C: “Conhece-te a Ti mesmo e Conhecerás Todo o Universo e os Deuses” continua sendo mais atual do que nunca!

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