Qual a diferença entre Burnon e Burnout?

Os termos “Burnout” e “Burnon” têm se tornado cada vez mais frequentes, muitas vezes utilizados como sinônimos. No entanto, apesar da similaridade sonora, essas condições apresentam diferenças sutis, mas importantes, que definem como anda a saúde mental e o bem-estar dos indivíduos.

Como definição o  Burnout, é  conhecido como Síndrome do Esgotamento Profissional,  trata-se de um estado de exaustão física, emocional e mental causado pelo estresse crônico no trabalho. Caracteriza-se por sintomas como:

  • Uma fadiga profunda que persiste mesmo após o descanso.
  • Perda de interesse no trabalho e sentimento de distanciamento das tarefas.
  • Dificuldade em se concentrar e realizar as atividades com eficiência.
  • Aumento da agressividade, impaciência e oscilações emocionais.
  • Dores de cabeça, insônia, distúrbios digestivos e outros sintomas psicossomáticos.

O Burnout se desenvolve gradualmente, muitas vezes sem que a pessoa perceba os sinais. O estresse constante no trabalho, a sobrecarga de tarefas, a falta de reconhecimento e o ambiente de trabalho hostil são alguns dos principais fatores que contribuem para o desenvolvimento dessa síndrome.

Em contraste com o Burnout, o Burnon, também conhecido como Síndrome da Hiperatividade no Trabalho, é caracterizado por um estado de hiperatividade e engajamento excessivo no trabalho, mesmo em detrimento da saúde física e mental. O Burnon, está mais associado ao processo de Flow, um conceito que foi desenvolvido pelo psicólogo Mihaly Csikszentmihalyi, que descreve um estado mental de completa concentração e fluidez, onde a pessoa se encontra totalmente absorvida e engajada em uma atividade, perdendo a noção do tempo e do espaço. A exacerbação deste comportamento condiz com o estado de Burnon. As principais características do Burnon incluem:

  • Dificuldade em se desligar das tarefas profissionais, mesmo fora do horário de trabalho.
  • Horas extras frequentes e dedicação excessiva às demandas profissionais, mesmo quando não há necessidade.
  • Incapacidade de reconhecer os sinais de exaustão e os impactos negativos do trabalho na vida pessoal.
  • Busca incessante pela perfeição e exigências irreais de si mesmo, gerando frustração e ansiedade.
  • Esforço para manter uma aparência de positividade e controle, mesmo quando se sentindo esgotado e infeliz.

Desta forma, o Burnon é frequentemente encontrado em profissionais chamados de workaholics, que se identificam com o sucesso profissional e encontram na realização do trabalho a sua principal fonte de valorização pessoal. No entanto, essa dedicação extrema pode levar à exaustão física e mental, ao isolamento social e ao desenvolvimento de problemas de saúde graves. Embora o Burnout e o Burnon compartilhem alguns sintomas, como a fadiga e a irritabilidade, as principais diferenças residem na motivação e na percepção do problema.

No Burnout, a exaustão leva à desmotivação e ao desinteresse pelo trabalho. Já no Burnon, a hiperatividade é impulsionada por uma busca incessante por reconhecimento e sucesso profissional. Você conhece alguém assim? Certamente que conhece!

Indivíduos com Burnout reconhecem o estado de exaustão e buscam ajuda. No Burnon, há uma negação dos problemas e uma crença de que o trabalho árduo é o único caminho para o sucesso.

A prevenção do Burnout e do Burnon exige medidas individuais e organizacionais. No âmbito individual, é fundamental estabelecer limites claros entre a vida profissional e a pessoal, praticar atividades físicas e de relaxamento, buscar apoio social e psicológico e, em casos mais graves, procurar ajuda profissional especializada. Um ponto a ser considerado é que o Burnout acontece por fatores externos e o Burnon por fatores internos, acontece mais pela falta de autorregulação, ou seja, falta de autoconhecimento e entendimento dos seus limites. Mais uma vez, citamos o autoconhecimento como peça fundamental para a modulação dos impulsos e o equilíbrio da saúde mental.

No âmbito organizacional, é importante promover um ambiente de trabalho saudável, com cargas de trabalho adequadas (monitoradas pelo RH e respeitadas pelos líderes), canais de comunicação eficazes, reconhecimento profissional e políticas que incentivem o equilíbrio entre vida pessoal e profissional.

Assim, ao compreender as diferenças entre Burnout e Burnon, podemos identificar os sinais de alerta e buscar ajuda com mais eficácia. Através da prevenção e do tratamento adequados, é possível construir um ambiente de trabalho mais saudável e promover o bem-estar dos indivíduos, garantindo que o sucesso profissional não se torne um fardo, mas sim uma fonte de realização e satisfação.

Lembre-se: sua saúde mental é fundamental. Priorize o seu bem-estar e busque ajuda quando necessário.

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